Meu rio é como se fosse
Traz a graça das meninas
De prometer e não cumprir
Fecundas águas perenes
De segredos sussurrados
Nas ramas das ingazeiras
Chuveu, encheu , espumante
Torrente ainda tão pouco
Correu, correu que o mar bebeu.
Agora modesto regato
Não se passa no meu rio duas vezes
Não se passa no meu rio duas vezes
Rio sem meias palavras
De fúrias napoleônicas
Sangrou, chorou em Orós.
Saltou cerca em Jaguaribe
Rugiu no Castanhão
Acuou em Tabuleiro
Espreguiçou-se nas águas
Dos espinhos de Limoeiro
Até se espalhar nas baixas do Aracati
Rio dos jaguares, rio Jaguaribe.
Rio dos jaguares, rio Jaguaribe.
Gleisi Hoffmann Sobre A Tentativa de Golpe
Há 4 meses
Nenhum comentário:
Postar um comentário