Jaguaribe tuas águas enxurradas
que deságuas malogradas
não te minguam
Jaguaribe que transporda
feito mágoas de menina
que estravasa numa lagrima
sua ira e em vão termina
se entregando por inteira
corpo e alma boca e língua
Jaguaribe de espavento tão sedento
ao relento seu lamento tange o vento
sertão - mar com as águas deste rio
vão sonhos neste fio água-sonho a desaguar
Jaguaribe do jaguar extinto uivar
solto no ar a suspirar os tempos idos
tempos d’outrora contos de agora
não mais vividos
Jaguaribe tempo fartura
nuvem escura água candura
límpida e pura
na terra dura volta a chover
a chuva afaga o ressequido sertão sofrido
de não se ter
Jaguaribe secas pungentes
sofrer das gentes
e sóis ardentes
Jaguaribe mar de enchentes
desde as nascentes
vem confluentes nos assolar
oásis que medra
surgindo da pedra
sertão – Ceará
Jaguaribe eu te canto
sem um pranto
no entanto me espanto ao te cantar
Jaguaribe do recanto
me orgulho e me encanto
só de ver-te transbordar
Gleisi Hoffmann Sobre A Tentativa de Golpe
Há 4 meses
Nenhum comentário:
Postar um comentário