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Um Rio é como um espelho que reflete os valores e comportamentos da nossa sociedade. Você já olhou para o rio da sua cidade hoje?

domingo, 5 de junho de 2011

"Caminhada pela vida do palneta terra" "A criação geme em dores de parto." (Rm. 8,22)

Hino da Campanha da Fraternidade 2011

Olha, meu povo, este planeta terra:
Das criaturas todas, a mais linda!
Eu a plasmei com todo amor materno,
Pra ser um berço de aconchego e vida.

Nossa mãe terra, Senhor,
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Vai depender só de nós!
Vai depender só de nós!

A terra é mãe, é criatura viva;
Também respira, se alimenta e sofre.
É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.

Vê, nesta terra, os teus irmãos. São tantos...
Que a fome mata e a miséria humilha.
Eu sonho ver um mundo mais humano,
Sem tanto lucro e muito mais partilha!

Olha as florestas: pulmão verde e forte!
Sente esse ar que te entreguei tão puro...
Agora, gases disseminam morte;
O aquecimento queima o teu futuro.

Contempla os rios que agonizam tristes.
Não te incomoda poluir assim?!
Vê: tanta espécie já não mais existe!
Por mais cuidado implora esse jardim!

A humanidade anseia nova terra. (2Pd 3,13)
De dores geme toda a criação. (Rm 8,22)
Transforma em Páscoa as dores dessa espera,
Quero essa terra em plena gestação!














PELEJA PARA O RIO JAGUARIBE
(DOBRADO MARCHA NATIVA QUASE HINO)
LETRA DE VIRGÍLIO MAIA/MÚSICA DE CESAR BARRETO.

ALMOCREVANDO SONHOS DE FARTURA
ELE VINHA LÁ DOS LADOS DO POENTE
PARA CHEGAR AQUI E DE REPENTE
SOBRE A VÁRZEA EXIBIR TODA A LARGURA.
O JAGUARIBE, TÃO BRIO E BRAVURA
LÁ SE IA SÓ, TOCANDO O SOLO EM DESAFIO
E SE A LEMBRANÇA DELE ACARICIO
NUMA MENINICE DE GADO E POMAR
PRECISO AGORA E SEMPRE CONCLAMAR:
SE NÃO HÁ MAIS JAGUAR, SE SALVE O RIO.
JAGUARES NÃO HÁ MAIS, É CERTO E TRISTE,
E NA DOR DE TANTA AUSÊNCIA EXISTE UM BRADO
QUE ABARCA O MUNDO, ENQUANTO DO PASSADO
A MÃE-NATUREZA EXCLAMA, DEDO EM RISTE.
SE JÁ NÃO HÁ JAGUAR, UM MAGRO RIO SÓ
CUMPRE O COMPRIDO DESAFIO DE VENCER
A TUDO E A SI MESMO – ASSOREADO.
MESMO ASSIM VAI SUMINDO VAI O NOBRE NOME
DO JAGUARIBE QUE, MINGUANDO SOME,
RESISTINDO E MORRENDO – MUTILADO.

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Ya’Wara-lbe ( Iauaraíbe)
Társio Pinheiro
A Luciano Maia

Vem a noite, serena, mansa e nua,
Com frescor de manhã, de primavera,
Derramar sobre o rio a luz da lua,
Que outra lua maior nas águas gera...
E o Jaguaribe vai sem que conclua
A trama líquida de uma pantera,
Que tão sutil desliza para os mares,
Berço final da fúria dos jaguares!

Franze a face do rio a brisa fria
Sem o amargo do sal. Por sobre as águas
Pousa o espírito eólico. Dir-se-ia
Ser o contrário do hálito das fráguas.
Água e vento improvisam cantoria,
Gemedeira de galhos chora mágoas...
Firmamento e luar... Tudo se inibe
Para escutar a voz do Jaguaribe.

Iracundo, o oceano encerra a sina:
Sinagoga, silêncio de outros rios,
onde o sangue do rio enfim termina
ao som do farfalhar, dos balbucios
dos carnaubais de fala nordestina,
tenores de uma ópera de estios...
de uma saudade eterna e um desengano
que buscam sempre as águas do oceano.

As margens... só as margens permanecem
e dão, no inverno, ao rio a cor purpúrea...
As margens como nós, se compadecem
ao ver das águas a cruel penúria
(as águas nunca sobem: sempre descem),
e lhes perdoam sua enorme fúria...
As margens, como nós, sabem, por certo,
que no fundo de um rio há um deserto!












Versículos da gênese



O deus que fez este rio
não tinha sede de água,

bebia luz nas estrelas,
não na lua, menos magra.

O deus que fez este rio
tinha o sopro da saudade;

daí as súbitas cheias
e o vento que nos invade.

O deus que fez este rio
sabia tudo, mas nada

de canoa e catavento,
que sem o rio se acabam

como as estrelas cadentes
e os tristes sóis que desabam.









Társio Pinheiro












Canção de ninar


Dorme, rio Jaguaribe,
o dia foi longo, infindo...

Dorme, rio Jaguaribe:
a noite já vem caindo.

Dorme, rio dos jaguares,
deixa a água correr pelas

sombras erguidas no vale...
Vai refletir as estrelas.

Dorme, que as luas povoam
o teu leito de marfim.

Dorme, rio, embora doam
tantos estios sem fim.




Társio Pinheiro











RIO
Se alegre, eu rio,
Sendo o rio, rio.
Pelo menos um fio
De esperanças mil.

Contente eu rio,
Tendo a frente: pai, irmão e tio,
Limpando o rio, em dias a fio...
Com força e brio.

Neste feito, quem se engaja.
Já é sujeito.
Faz do rio o celeiro
De despoluição e conceito.

Assim, alegre eu fico.
Se o rio for,
Irrigando a flor e, juntos,
Tecendo o amor.

Então, eu rio,
Se o rio,
A sede saciar e inundar o chão,
Produzindo o pão.

Então, tem jeito.
Faça do Comitê do Rio,
O seu rio da esperança.
O esteio da bonança.

Que o Comitê do Rio Jaguaribe,
Se transforme em atelier.
Traga de volta o Jaguar.
Não o deixe falecer.

Agora que o rio tá cheio
É gostoso e dá prazer.
É preciso mais empenho
Para as coisas acontecer.

São pessoas desabrigadas
Pelas enchentes do rio.
São casas destroçadas.
São famílias desamparadas.

Vamos ser mais maduro.
Respeitar o lugar das águas.
Fazer casa em lugar seguro.
Deixar o povo sem mágoas. Carlos Adalberto Celedônio












Rio

Maury Freitas

Sou o rio Jaguaribe e choro!
Choro, da nascente até a foz
Choro a solidão do abandono,
A solidão da indiferença.

Choro a água que não corre no meu leito,
As árvores ausentes de minhas margens,
Os pássaros que lá não cantam mais,
Os peixes ausentes a minha beira.

Sou uma mãe de leite ausente do seu peito
Que alimenta e dá vida aos filhos seus.
Sou uma mulher estéril de cujo ventre
Não saiu um só rebento.

Sou o Rio Jaguaribe e choro!
Choro porque de minhas margens
Não surgem as águas dos córregos,
Das lagoas e rebentões encharcados.

Choro porque às minhas margens
Não ouço o cantar das rodas de catavento,
Choro a ausência dos preás, dos tiús,
O grito dos carões, dos socós, das galinhas
D’águas e marrecos.

Acima de meu leito não voam
As garças preguiçosas.
Às minhas beiras não há grilos,
sapos, gias e caçotes.
As raposas soturnas, solitárias
E noturnas espreitando suas presas.

Onde estão os calumbis que me margeiam
Protegendo meus barrancos,
Dando guarida à fauna e flora
Tudo que é vida foi embora..












RIO JAGUARIBE
Irajá Pinheiro

o meu rio corre por trás de minha rua, Majestoso, abraça esta cidade,
Sua história generosa é verdade,
Suas águas refletem a luz da lua.

No verão, viras campos de pastagens,
Suas areias são fagulhas de brilhantes, Lágrimas tristes deste rio infante
Choradas em grandes estiagens.

Trilhas e estradas para mil carros de bois,
No comércio de algodão e charqueadas,
Nas oiticicas, repouso e coordenadas.

Várzea e serra, tapera só pra dois,
Posto e dormida para bois e boiadeiros, Poços e árvores, repouso de guerreiros.












(Virgílio Maia)

JAGUARES NÃO HÁ MAIS, É CERTO E TRISTE,
E NA DOR DESSA AUSÊNCIA EXISTE UM BRADO
QUE ABARCA O MUNDO, ENQUANTO, DO PASSADO,
A NATUREZA EXCLAMA, DEDO EM RISTE.
SE NÃO HÁ MAIS JAGUAR, NÃO SE OUVIRÃO GARRAS E CORES EM CRUEL RECADO
NO BREU DE ABRIL ESQUADRINHANDO O OITÃO, APAVORANDO CASARÃO E GADO.
SE JAGUARES NÃO HÁ, UM MAGRO RIO
CUMPRE, SÓ, O COMPRIDO DESAFIO
DE A SI MESMO VENCER – ASSOREADO.

MESMO ASSIM, VAI SUMINDO O NOBRE NOME.
DO JAGUARIBE QUE, MINGUANDO, SOME,
RESISTINDO E MORRENDO - MUTILADO.












O Rio

Autor: Tonheiro Mendes.

Rio de belíssimas histórias
Suas lendas guardadas nas memórias
Que passaram por muitas gerações
Em ti se ocultam as patas dos jaguares
A beleza das matas ciliares
Extintas em muitas regiões

Foste caminho para os colonizadores
Muitos deles cruéis desbravadores
Com os nativos fizeram muitas guerras
Em teu nome houve tantas lutas
Extermínio dos índios nas disputas
Pela posse de tuas boas terras

Desbravaram os teus terrenos vastos
Para o gado, sendo os melhores pastos
Nos aluviões por toda redondeza
Sabendo que em época de estio
Havia nas águas fartas deste rio
Fonte inesgotável de riqueza

Havia grande fartura de água doce
No subsolo onde quer que fosse
Nas cacimbas, por eles construidas
Quando a seca assolava o sertão
Este rio era a única solução
Que podia salvar milhões de vidas

Sempre limpo de areias alvejantes
Enfeitado com o verde das vazantes
Era lindo meu rio de antigamente
Hoje choro lembrando teu passado
No momento que vejo transformado
Num depósito de lixo no presente

Como é triste se ver o abandono
Deste rio que há anos era dono
De uma esplendida beleza natural
A água que foi limpa está suja
Ontem era doce, hoje amaruja
Só DEUS pode voltá-Ia ao seu normal

Cadê suas águas alvejantes
Os colares de espumas flutuantes
Que enfeitava meu rio, tua enchente
Os remansos da tua correnteza
Sucumbiu com toda essa beleza
No desprezo que vejo no presente

Ah! Quem me dera ver meu rio despoluído
Havendo um povo esclarecido
Preservando os valores naturais
Mas do jeito que vão as agressões
Restará às futuras gerações
A história do rio e nada mais.


Limoeiro do Norte - Ce, 25 de janeiro de 2009.












CANTO JAGUARIBE

Majela Colares

Jaguaribe tuas águas enxurradas
que deságuas malogradas
não te minguam

Jaguaribe que transporda
feito mágoas de menina
que estravasa numa lagrima
sua ira e em vão termina
se entregando por inteira
corpo e alma boca e língua

Jaguaribe de espavento tão sedento
ao relento seu lamento tange o vento
sertão - mar com as águas deste rio
vão sonhos neste fio água-sonho a desaguar

Jaguaribe do jaguar extinto uivar
solto no ar a suspirar os tempos idos
tempos d’outrora contos de agora
não mais vividos

Jaguaribe tempo fartura
nuvem escura água candura
límpida e pura
na terra dura volta a chover
a chuva afaga o ressequido sertão sofrido
de não se ter


Jaguaribe secas pungentes
sofrer das gentes
e sóis ardentes

Jaguaribe mar de enchentes
desde as nascentes
vem confluentes nos assolar
oásis que medra
surgindo da pedra
sertão – Ceará

Jaguaribe eu te canto
sem um pranto
no entanto me espanto ao te cantar

Jaguaribe do recanto
me orgulho e me encanto
só de ver-te transbordar












JAGUARIBE: UM RIO QUE AGONIZA

SOU INSPIRAÇÃO PRA POETAS
SOU MATÉRIA PRA CRONISTAS
SOU PAISAGEM PRA ARTISTAS
UM VIVO PRA QUEM TEM METAS

PENA QUE ME DEGRADAM
DA NASCENTE ATÉ A FOZ
CALAM ATÉ A MINHA VOZ
COM O ORÓS E O CASTANHÃO
DESMATAM ÀS MINHAS MARGENS
DE LIXO ME ENTOPEM PAISAGENS
QUE EMOLDURAM O SERTÃO.

POR POETAS FUI ATÉ ELOGIADO
JAGUARIBE! DE ÁGUAS PURAS CRISTALINAS
E HOJE, MAL TRATADO E ASSOREADO,
INFELIZMENTE, SOU UMMONTE DE RUÍNAS

VEJAM MINHA IMPORTÂNCIA!
DA JOANINHA AO FORTIM
POPULAÇÕES ABASTEÇO
SERÁ QUE MESMO MEREÇO
SER MALTRATADO ASSIM?

POR VEZES FICO VALENTE,
QUANDO ME SUFOCAM O LEITO
DOU ENCHENTES DE REPENTE
LAVANDO A DOR DO MEU PEITO
DESOBSTRUO MINHAS VEIAS
CAUSANDO ATÉ PREJUÍZOS
COM MINHAS DOLOROSAS CHEIAS.

Ó! MEUS SENHORES PREFEITOS
MEUS AMIGOS AMBIENTALISTAS
E AOS GRANDES ECOLOGISTAS,
CORRIJAM, POIS, MEUS DEFEITOS
AJUDEM-ME POR AMIZADES
LIMPEM MEU LEITO E/OU BACIA
PRA QUE EU POSSA TODO DIA
ABASTECER SUAS CIDADES!

SEI QUE NÃO PEÇO DEMAIS
POLÍTICOS DA COMPETÊNCIA
NEM LHES FAÇO CONTINÊNCIA
POR NÃO ME DAREM ATENÇÃO
DESCASO ASSIM NÃO ME INIBE
SOU PRO VALE, O JAGUARIBE
UM BENFEITOR DO SERTÃO!

LAIRTON BANDEIRA












MEU RIO
Pe. PITOMBEIRA


Meu rio é como se fosse
Trás a graça das meninas
De prometer e não cumprir

Fecundas águas perenes
de segredos sussurrados
nas ramas das ingazeiras

chuveu , encheu, espumante
torrente ainda tão pouco
correu, correu que o mar bebeu
agora modesto regato

Não se passa no meu rio duas vezes
Não se passa no meu rio duas vezes
Rio sem meias palavras
De fúrias napoleônicas
Sangrou, chorou em Orós
Saltou cercas em Jaguaribe
rugiu no Castanhão
Acuou em Tabuleiro
Espreguiçou-se nas águas dos espinhos de Limoeiro
Até se espalhar nas baixas do Aracati
Rio dos jaguares, rio Jaguaribe
Rio dos jaguares, rio Jaguaribe












Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.

Ei! É você mesmo, está me ouvindo?
Quem fala sou eu, o Meio Ambiente.

Estou triste e arrasado
O homem me despreza
Ele não me valoriza
Já fiz de tudo para conquistar sua confiança, porém todas as tentativas foram inúteis, e cada dia que passa continua tirando pedaços de mim.
Eu tento mostrar-lhe a minha importância, mas ele não me ouve, nem sequer pára um segundo para refletir sobre minha utilidade, e o que represento para o planeta.
Pobre coitado nem se toca que faço parte de tudo que há no planeta.
Que sou a água que sacia tua sede.
Que sou o alimento que mata tua fome.
Que sou o ar que respiras.
Aliás, sou a tua vida, e me destruindo conseqüentemente estará planejando tua própria morte.
Entendo que estas ações não têm fundamentos conscientes, e sim a presença de uma ganância ilusiva de poder. O pior disso tudo é que a inteligência do homem não é capaz de perceber que o dinheiro não se come, nem se bebe, nem se respira. Muito menos, salva vida. Pode ser que ele até descubra algum dia, porém será muito tarde.

Você que parou pra me ouvir, não me deixe morrer.

Meio Ambiente

A natureza pode acabar.
Se você não ajudar.
Não jogando lixo no chão
Você ajudará de montão.
Vamos eu e você ajudar
O meio ambiente preservar.
Não consumindo tanto
O planeta Terra será um encanto.
O aquecimento global
Não é uma coisa legal.
Então vamos reciclar
E a natureza salvar.
Temos que fazer de tudo
O que temos direito.
E tudo vai ficar bom
E vai ficar perfeito.











Rio Jaguaribe (Interpretada pela Prof. Luzanira de Castro)

Demócrito Rocha

O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta
por onde escorre
e se perde
o sangue do Ceará
O mar não se tinge de vermelho
porque o sangue do Ceará
é azul ...
Todo plasma
toda essa hemoglobina
na sístole dos invernos
vai perder-se no mar.

Há milênios... desde que se rompeu a túnica das rochas
na explosão dos cataclismos
ou na erosão secular do calcário
do gnaisse
do quartzo
da sílica natural .

E a ruptura dos aneurismas dos açudes...

Quanto tempo perdido!

E o pobre doente — o Ceará — anemiado,
esquelético, pedinte e desnutrido —
a vasta rede capilar a queimar-se na soalheira —
é o gigante com a artéria aberta
resistindo e morrendo
resistindo e morrendo
resistindo e morrendo
morrendo e resistindo... (Foi a espada de um Deus que te feriu
a carótida
a ti — Fênix do Brasil.)

(E o teu cérebro ainda pensa
e o teu coração ainda pulsa
e o teu pulmão ainda respira
e o teu braço ainda constrói
e o teu pé ainda emigra
e ainda povoa).

As células mirradas do Ceará
- quando o céu lhe dá a injeção de soro dos aguaceiros
as células mirradas do Ceará
intumescem o protoplasma
(como os seus capulhos de algodão)
e nucleiam-se de verde
— é a cromatina dos roçados no sertão...

(Ah! se ele alcançasse um coágulo de rocha)

E o sangue a correr pela artéria do rio Jaguaribe... o Sangue a correr mal que é chegado aos ventrículos das nascentes ... O sangue a correr e ninguém o estanca...

Homens da pátria — ouvi:
— Salvai o Ceará! Quem é o presidente da República?

Depressa
uma pinça hemostática em Orós! Homens —
o Ceará está morrendo, está
esvaindo-se em sangue ...

Ninguém o escuta, ninguém o escuta
e o gigante dobra a cabeça sobre o peito enorme,
e o gigante curva os joelhos no pó
da terra calcinada,

e

— nos últimos arrancos — vai
morrendo e resistindo...
morrendo e resistindo...
morrendo e resistindo...










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