Senhor Ministro, Carlos Minc, em nome de quem quero saudar todas as autoridades aqui presentes;
Prof. Pinheiro, vice governador do Estado do Ceará, em nome de quem quero saudar todos os professores da região jaguaribana.
Jaguarinhos e jaguarinhas, membros do Comitê em defesa do rio, em nome de quem quero saudar todos os ambientalistas, principalmente os defensores dos rios;
Povo da Rua Inácio Mendes, em nome de quem quero saudar todos os ribeirinhos, ou seja, aqueles que moram nas margens dos rios.
Povos jaguaribanos, de Tabuleiro, São João do Jaguaribe, Quixeré, Russas, Jaguaribe , Morada Nova, estudantes aqui presentes, futuros defensores dos nossos rios, minhas senhoras e meus senhores.
Prof. Pinheiro, vice governador do Estado do Ceará, em nome de quem quero saudar todos os professores da região jaguaribana.
Jaguarinhos e jaguarinhas, membros do Comitê em defesa do rio, em nome de quem quero saudar todos os ambientalistas, principalmente os defensores dos rios;
Povo da Rua Inácio Mendes, em nome de quem quero saudar todos os ribeirinhos, ou seja, aqueles que moram nas margens dos rios.
Povos jaguaribanos, de Tabuleiro, São João do Jaguaribe, Quixeré, Russas, Jaguaribe , Morada Nova, estudantes aqui presentes, futuros defensores dos nossos rios, minhas senhoras e meus senhores.
Senhor Ministro, o que lhe diria o rio Jaguaribe, se pudesse falar, nesse momento histórico, da instalação do MOVIMENTO DOS POVOS DO RIO JAGUARIBE:
- muito obrigado senhor ministro, pela sua presença no vale do Jaguaribe, muito obrigado mesmo, por estar aqui em Limoeiro do Norte. Em mim nasce uma esperança, a esperança da minha revitalização. De um ano para cá, no meu silêncio, tenho assistido uma movimentação intensa, de pessoas que passeiam no meu leito, como se quisessem fazer alguma coisa por mim ; observei jovens estudantes nas minhas margens, em busca da minha mata ciliar , que não existe mais, antigamente habitada por jaguares, preás, pássaros e muitos outros animais. Tenho visto senhor ministro o disparar dos flashes revelando a minha sujeira, a minha degradação, como se eu fosse culpado;
- senhor ministro, roubaram a minha beleza! Onde está a mata ciliar que me protegia? Onde estão os declives das minhas margens? Onde estão as minhas areias brancas que refletiam a luz da lua? E como dizia Luiz Gonzaga, poluição comeu;
- os povos jaguaribanos, não só daqui de limoeiro, mas de outros municípios já perceberam que eu estou angustiado, por não comportar mais as minhas águas, e ter que invadir os campos agrícolas e os lares de pessoas humildes, que moram nas minhas ribeiras e tanto precisam de mim. Eu estou assoreado, ou seja, senhor ministro, eu estou com o meu leito aterrado, arrasado;
- ah, senhor ministro , que bom seria se o senhor tivesse tempo de ouvir a minha estória... eu ia lhe contar, como surgiu dentro de mim, essa vegetação arbórea e arbustiva que domina as minhas areias. Eu ia lhe contar como cidades inteiras destruíram o meu dique de proteção e construíram seus prédios com os quintais dentro do meu leito. Eu ia lhe contar também como carroceiros, caçambeiros e motoqueiros chegam mas minhas margens, trazendo seus lixos e olhando de um lado para o outro, vão lançando apressadamente as suas sujeiras nas minhas margens;
- senhor ministro, eu queria muito lhe dizer como os agrotóxicos estão envenenando minhas águas e como a presença dos fertilizantes estão deixando-as cobertas com uma vegetação flutuante ,demonstrando o grau de eutrofização que estou sofrendo.
- minhas nascentes senhor ministro, são a minha vida e elas estão degradadas. Salve-me senhor ministro, eu estou morrendo!
- senhor ministro, ah que saudades eu tenho, do tempo que fui rio cantado em versos e prosas por poetas famosos como Luciano Maia . Dimas Patriota e tantos outros.
E isso ai senhor ministro, o rio da colonização e povoamento do Ceará, o rio da nossa história , o rio do desenvolvimento sócio econômico do Vale do Jaguaribe está morrendo e resistindo como escreveu o poeta Demócrito Rocha , no primeiro poema moderno do Ceará.
Por isso, senhor ministro, a sua presença aqui no vale, é hoje tão importante para nós jaguaribanos. O rio pede socorro! E nós, povo do rio Jaguaribe, acreditamos no governo brasileiro, através da sua pessoa, e o rio Jaguaribe, espera que o Estado do Ceará não deixe morrer o rio da sua historia, da sua riqueza agrícola, do seu desenvolvimento sustentável, e que ainda é, o rio da sobrevivência do homem ribeirinho , do homem jaguaribano. E em nome do MOVIMENTO DOS POVOS DO RIO JAGUARIBE, especialmente do povo de Limoeiro, através do comitê em defesa do rio, passaremos às suas mãos, o pedido que está hoje nos lábios de todos os jaguaribanos : senhor ministro ‘se não há mais jaguar, se salve o rio’.
E em nome dos ribeirinhos das comunidades de Córrego de Areia e Milagres, e da área urbana da cidade de Limoeiro, nós queremos pedir ao senhor ministro, a perenização do canal do Jaguaribe , de Moita Verde , no município de Tabuleiro do Norte, à foz do rio Banabuiú, aqui em Limoeiro, no Bairro Luiz Alves de Freitas.
E queremos também, senhor ministro, limpar o nosso canal urbano, esse que no momento nos ouve e nos assiste,e que o senhor está olhando... e com certeza, pensando, é , é preciso fazer alguma coisa, não pode continuar assim!
E como é impossível preservar e conservar o meio ambiente, sem educação ambiental , queremos também senhor ministro, condições financeiras para implementar uma política de educação ambiental, ampla e extensiva a toda população limoeirense.
Quero finalizar minhas palavras com o “soneto – agora de um jaguar – outrora “ do poeta limoeirense Virgílio Maia, que inspirou o nosso slogan – ‘se não há mais jaguar, se salve o rio’
JAGUARES NÃO HÁ MAIS, É CERTO E TRISTE,
E NA DOR DESSA AUSÊNCIA EXISTE UM BRADO
QUE ABARCA O MUNDO, ENQUANTO, DO PASSADO,
A NATUREZA EXCLAMA, DEDO EM RISTE.
SE NÃO HÁ MAIS JAGUAR, NÃO SE OUVIRÃO
GARRAS E CORES E M CRUEL RECADO
NO BREU DE ABRIL ESQUADRINHANDO O OITÃO,
APAVORANDO CASARÃO E GADO.
SE JAGUARES NÃO HÁ, UM MAGRO RIO
CUMPRE, SÓ, O COMPRIDO DESAFIO
DE A SI MESMO VENCER – ASSOREADO
MESMO ASSIM, VAI SUMINDO O NOBRE NOME.
DO JAGUARIBE QUE, MINGUANDO, SOME,
RESISTINDO E MORRENDO - MUTILADO.
Limoeiro do Norte , 17 de junho de 2009
Iolanda Freitas de Castro - em nome do Comitê em defesa do rio
- muito obrigado senhor ministro, pela sua presença no vale do Jaguaribe, muito obrigado mesmo, por estar aqui em Limoeiro do Norte. Em mim nasce uma esperança, a esperança da minha revitalização. De um ano para cá, no meu silêncio, tenho assistido uma movimentação intensa, de pessoas que passeiam no meu leito, como se quisessem fazer alguma coisa por mim ; observei jovens estudantes nas minhas margens, em busca da minha mata ciliar , que não existe mais, antigamente habitada por jaguares, preás, pássaros e muitos outros animais. Tenho visto senhor ministro o disparar dos flashes revelando a minha sujeira, a minha degradação, como se eu fosse culpado;
- senhor ministro, roubaram a minha beleza! Onde está a mata ciliar que me protegia? Onde estão os declives das minhas margens? Onde estão as minhas areias brancas que refletiam a luz da lua? E como dizia Luiz Gonzaga, poluição comeu;
- os povos jaguaribanos, não só daqui de limoeiro, mas de outros municípios já perceberam que eu estou angustiado, por não comportar mais as minhas águas, e ter que invadir os campos agrícolas e os lares de pessoas humildes, que moram nas minhas ribeiras e tanto precisam de mim. Eu estou assoreado, ou seja, senhor ministro, eu estou com o meu leito aterrado, arrasado;
- ah, senhor ministro , que bom seria se o senhor tivesse tempo de ouvir a minha estória... eu ia lhe contar, como surgiu dentro de mim, essa vegetação arbórea e arbustiva que domina as minhas areias. Eu ia lhe contar como cidades inteiras destruíram o meu dique de proteção e construíram seus prédios com os quintais dentro do meu leito. Eu ia lhe contar também como carroceiros, caçambeiros e motoqueiros chegam mas minhas margens, trazendo seus lixos e olhando de um lado para o outro, vão lançando apressadamente as suas sujeiras nas minhas margens;
- senhor ministro, eu queria muito lhe dizer como os agrotóxicos estão envenenando minhas águas e como a presença dos fertilizantes estão deixando-as cobertas com uma vegetação flutuante ,demonstrando o grau de eutrofização que estou sofrendo.
- minhas nascentes senhor ministro, são a minha vida e elas estão degradadas. Salve-me senhor ministro, eu estou morrendo!
- senhor ministro, ah que saudades eu tenho, do tempo que fui rio cantado em versos e prosas por poetas famosos como Luciano Maia . Dimas Patriota e tantos outros.
E isso ai senhor ministro, o rio da colonização e povoamento do Ceará, o rio da nossa história , o rio do desenvolvimento sócio econômico do Vale do Jaguaribe está morrendo e resistindo como escreveu o poeta Demócrito Rocha , no primeiro poema moderno do Ceará.
Por isso, senhor ministro, a sua presença aqui no vale, é hoje tão importante para nós jaguaribanos. O rio pede socorro! E nós, povo do rio Jaguaribe, acreditamos no governo brasileiro, através da sua pessoa, e o rio Jaguaribe, espera que o Estado do Ceará não deixe morrer o rio da sua historia, da sua riqueza agrícola, do seu desenvolvimento sustentável, e que ainda é, o rio da sobrevivência do homem ribeirinho , do homem jaguaribano. E em nome do MOVIMENTO DOS POVOS DO RIO JAGUARIBE, especialmente do povo de Limoeiro, através do comitê em defesa do rio, passaremos às suas mãos, o pedido que está hoje nos lábios de todos os jaguaribanos : senhor ministro ‘se não há mais jaguar, se salve o rio’.
E em nome dos ribeirinhos das comunidades de Córrego de Areia e Milagres, e da área urbana da cidade de Limoeiro, nós queremos pedir ao senhor ministro, a perenização do canal do Jaguaribe , de Moita Verde , no município de Tabuleiro do Norte, à foz do rio Banabuiú, aqui em Limoeiro, no Bairro Luiz Alves de Freitas.
E queremos também, senhor ministro, limpar o nosso canal urbano, esse que no momento nos ouve e nos assiste,e que o senhor está olhando... e com certeza, pensando, é , é preciso fazer alguma coisa, não pode continuar assim!
E como é impossível preservar e conservar o meio ambiente, sem educação ambiental , queremos também senhor ministro, condições financeiras para implementar uma política de educação ambiental, ampla e extensiva a toda população limoeirense.
Quero finalizar minhas palavras com o “soneto – agora de um jaguar – outrora “ do poeta limoeirense Virgílio Maia, que inspirou o nosso slogan – ‘se não há mais jaguar, se salve o rio’
JAGUARES NÃO HÁ MAIS, É CERTO E TRISTE,
E NA DOR DESSA AUSÊNCIA EXISTE UM BRADO
QUE ABARCA O MUNDO, ENQUANTO, DO PASSADO,
A NATUREZA EXCLAMA, DEDO EM RISTE.
SE NÃO HÁ MAIS JAGUAR, NÃO SE OUVIRÃO
GARRAS E CORES E M CRUEL RECADO
NO BREU DE ABRIL ESQUADRINHANDO O OITÃO,
APAVORANDO CASARÃO E GADO.
SE JAGUARES NÃO HÁ, UM MAGRO RIO
CUMPRE, SÓ, O COMPRIDO DESAFIO
DE A SI MESMO VENCER – ASSOREADO
MESMO ASSIM, VAI SUMINDO O NOBRE NOME.
DO JAGUARIBE QUE, MINGUANDO, SOME,
RESISTINDO E MORRENDO - MUTILADO.
Limoeiro do Norte , 17 de junho de 2009
Iolanda Freitas de Castro - em nome do Comitê em defesa do rio
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